A Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) a prisão da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP). A solicitação foi enviada nesta terça-feira ao ministro Alexandre de Moraes, relator dos processos contra a parlamentar, conforme publicado na Agência Brasil. O pedido foi feito após Zambelli afirmar que deixou o Brasil para fazer um tratamento de saúde, sem revelar em qual país europeu está.

Zambelli foi condenada pelo STF a 10 anos de prisão pela invasão ao sistema eletrônico do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em 2023. Ela também terá que pagar R$ 2 milhões em indenização por danos coletivos. Segundo as investigações, a deputada foi a autora intelectual do ataque que gerou um mandado falso de prisão contra o próprio ministro Alexandre de Moraes. O hacker Walter Delgatti, responsável pela execução do plano, disse em depoimento que agiu a mando de Zambelli.

Em outro processo, a parlamentar responde por perseguição armada ao jornalista Luan Araújo, em outubro de 2022, durante o período eleitoral. Na ocasião, Zambelli sacou uma arma após discussão política nas ruas do bairro Jardins, em São Paulo. O julgamento dessa ação já conta com seis votos favoráveis à condenação por cinco anos e três meses em regime semiaberto, mas foi suspenso após pedido de vista do ministro Nunes Marques.

Ainda nesta terça-feira, o deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ), líder do partido na Câmara, protocolou uma representação junto à PGR. Ele pediu providências para que o Judiciário decrete a prisão preventiva de Zambelli, além da inclusão do nome da parlamentar na lista de procurados da Interpol. Farias também solicitou a extradição, o bloqueio de bens e a revogação do aporte diplomático da deputada.

Logo após o anúncio de que Zambelli havia deixado o país, o advogado Daniel Bialski renunciou à defesa da parlamentar. Em nota, ele informou que foi comunicado apenas sobre a viagem para fins médicos, mas decidiu se desligar do caso por motivos pessoais.