CASO DO CANIL 1l3u1o
Inis confirma morte de cães apreendidos em canil, mas alega que animais estavam doentes 3j4155
Órgão rebate denúncias feitas por casal; animais não foram doados 5t6q59
Franciele Marcon [[email protected]]

A bióloga Maria Heloisa Cardozo Furtado Lenzi, diretora-presidente do Instituto Itajaí Sustentável (Inis), rebateu as denúncias do casal Rino Pieralini Neto, 52 anos, e Carem Cristina Zimmer, 53, sobre a operação no centro de treinamento Vale do Catellus, mantido por eles no bairro Brilhante 2, em Itajaí. Maria Heloisa confirma a morte de 15 filhotes de 20 dias e de uma cadela adulta e afirma que nenhum dos cães apreendidos no canil foi doado – o município permanece como fiel depositário de 37 animais. Vídeos mostrando cães doentes também foram enviados ao DIARINHO.
A responsável pelo Inis explica que a equipe do instituto esteve no endereço em 19 de fevereiro, acompanhada da GM, após denúncias de maus-tratos e de criação e venda irregular de animais. “Foi uma vistoria de rotina, pois o local já estava sendo monitorado desde abril de 2024. Numa destas vistorias, após a constatação de que o local apresentava algumas irregularidades, como o número maior de animais do que o local ava e sem a documentação necessária, os responsáveis foram notificados a realizar melhorias, aumentar e higienizar as baias dos animais, não aumentar o número de animais e regularizar a documentação”, informou.
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No dia da operação, o Inis afirma ter encontrado as mesmas irregularidades, com o agravante de superlotação: “65 cães, entre adultos e filhotes, em condições insalubres, com canis cheios de fezes, sangue e diarreia”. Segundo Maria Heloisa, também foram encontrados em outro cômodo quatro cães de grande porte — três pastores-belgas malinois e um golden retriever — confinados em caixas de transporte, empilhadas, sem água, comida ou espaço para movimentação, com urina e sangue nas caixas.
Esses fatos motivaram o flagrante por crime de maus-tratos. “O médico veterinário que acompanhou a vistoria constatou os maus-tratos e, dessa forma, o proprietário do local foi conduzido pela equipe Inis e GMI para a delegacia, onde foram realizados os trâmites legais da esfera criminal, enquanto o Inis irá apurar as infrações istrativas ambientais”, disse.
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Laudos apontam doenças
A diretora justificou que laudos veterinários mostram que os 65 cães — entre matrizes, reprodutores e filhotes criados para comercialização — estavam doentes. “Eles tinham as seguintes doenças: 42,9% giardíase, 17% lesões cutâneas, 14,3% tumores de mama, 10,7% dirofilariose, 7,1% hérnias não tratadas e 7,1% de miíase (bicheiras). Diante das doenças preexistentes, incluindo em filhotes, alguns não resistiram e vieram a óbito”, informou. Já sob a guarda do município, morreram 15 filhotes e uma cadela adulta. Teriam sido diagnosticados com erliquiose e dirofilariose.
Maria Heloisa explica que nenhum animal foi doado. “O Inis é o fiel depositário dos animais e por questão de capacidade operacional alguns foram encaminhados para lares temporários, monitorados e definidos com base nas condições de manutenção dos animais, já que são de grande porte. Nenhum animal foi ou será doado até o deslinde dos processos istrativos”, garantiu.
O posicionamento de Maria Heloisa responde às denúncias de Rino e Carem. Eles afirmam que os cães viviam em espaço adequado, eram bem alimentados e avam por exames de sangue que atestavam boa saúde. O casal diz que os cães morreram sob a guarda do Inis, e que eles não sabem onde estão os demais animais apreendidos. O casal diz que vira-latas foram devolvidos, enquanto os de raça estão apreendidos pelo Inis.